Os percursos investigativos são ‘estudos’ realizados pelos alunos e guiados pela equipe pedagógica, tendo como base o espaço de pesquisa, investigação e criação. Tais percursos têm a estética como valor importante e necessitam de um olhar integrado para as múltiplas aprendizagens, dialogando com as pedagogias participativas, que têm a criança na centralidade do processo educativo, articulado sempre com o currículo.
O desejo de pesquisar sobre borboletas surgiu quando o estudante Matheus Sobral, 1º ano, relatou, em uma das nossas rodas de conversa, o aparecimento de grande quantidade de borboletas no condomínio onde ele mora. A partir daí, montamos um ambiente propositor onde os alunos viram, manipularam itens e realizaram muitas descobertas acerca do tema. Nosso papel foi de mediar, validando a relação entre o interesse do grupo, a escuta e a adaptação do currículo.
O objetivo desta proposta está pautado na BNCC (Base Nacional Comum Curricular), onde consta que as crianças devem ser oportunizadas a observar e a descrever características de plantas e animais que integram seu cotidiano e relacioná-las ao ambiente em que vivem. Neste percurso investigativo, tivemos a orientação da bióloga Joseane Carneiro.
Segundo ela, o aumento da quantidade de borboletas está relacionado às chuvas, quando é “bem comum o aparecimento de várias populações de borboletas, pois estão se movimentando de um lugar para o outro na tentativa de fugir das chuvas”. Joseane Carneiro disse ainda que há um nome específico para uma quantidade imensa de borboletas: PanaPaná. Palavra de origem tupi e que significa muitas borboletas juntas.
A JPI tem grande contribuição no nosso exercício profissional na medida em que promove estudos e formações junto ao seu corpo docente. Destacamos que um professor curioso não se acomoda. Ele cria suas próprias práticas, aceita o não saber, observa, escuta, registra, deseja saber, acolhe, pergunta, questiona, valoriza, promove e sustenta as curiosidades das crianças. Esse professor também busca indícios, legitima as teorias infantis e oferece contextos que contemplem as múltiplas linguagens e cenários convidativos para as crianças.
Por prós Magaly Almeida (e) e Cirleide Souza (d).